- A divulgação de Pequim sobre compras de reservas não consegue conter a queda
- Os preços ao consumidor registraram a maior queda desde 2020 no mês passado
Os preços da carne suína na China despencaram mais de 6% na semana passada, apesar dos esforços das autoridades para impulsionar o mercado, intensificando as preocupações em torno da deflação na maior economia da Ásia.
Os preços médios nacionais para a proteína mais popular do país estão agora no nível mais baixo desde abril de 2022 e caíram quase um quarto desde o pico deste ano no início de agosto.
O anúncio de Pequim no final de novembro de que compraria carne suína para as reservas estratégicas do país — a terceira rodada de compras este ano — não conseguiu conter a queda. As autoridades também estão incentivando os agricultores a vender porcos quando estiverem prontos para o mercado e a não acumular gado.
Os preços da carne suína na China continuam caindo, apesar dos esforços para impulsionar o mercado.
Pequim anunciou recentemente a terceira rodada de compras para as reservas.

As dificuldades econômicas da China foram destacadas no fim de semana, conforme dados oficiais revelaram que os preços ao consumidor registraram a queda mais acentuada no último mês em três anos, e os custos de produção também caíram mais do que o esperado. Não é apenas a carne suína que está sob pressão: em algumas províncias, agricultores estão sendo forçados a deixar vegetais frescos apodrecerem em seus campos à medida que a demanda diminui.
A perspectiva para a gigantesca indústria suína do país permanece pessimista. A expectativa é de um consumo lento após as festas do Ano Novo Chinês em meados de fevereiro, ao passo que a produção de porcos provavelmente aumentará, conforme afirmou o Ministério da Agricultura na semana passada.
O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, declarou no mês passado que a queda no índice de preços ao consumidor em outubro se deveu principalmente a uma redução nos preços dos alimentos, especialmente da carne suína. A deflação é perigosa para a China, pois pode levar a uma espiral descendente na atividade econômica.
Escrito por Ben Sharples