- Os preços do petróleo bruto estão prontos para registrar sua maior queda semanal desde março, com o WTI sendo negociado a US$ 82,28 e o Brent tendo caído abaixo de US$ 84.
- O relatório da EIA sobre um grande aumento nos estoques de gasolina e a fraca demanda por gasolina, combinados com a venda no mercado de títulos, mudaram o sentimento nos mercados de petróleo nesta semana.
- A decisão da OPEP+ de manter sua política de corte na produção teve pouco impacto nos mercados de petróleo, com os traders agora muito mais focados nas preocupações econômicas.
Os preços do petróleo bruto estavam prestes a registrar sua maior queda semanal desde março, pressionados por preocupações com a demanda, apesar da decisão da OPEP+ de continuar restringindo o fornecimento.
Desde o início da semana, o petróleo Brent perdeu cerca de 12% e o West Texas Intermediate caiu quase 9%. A queda, que parece ter sido desencadeada pelo relatório da EIA sobre a fraca demanda por gasolina nos EUA, levou a uma rápida mudança no sentimento do mercado.
A queda também estava ligada a uma venda no mercado de títulos que gerou preocupações sobre as perspectivas da economia global e, por extensão, a demanda por petróleo.
“Os preços do petróleo estão se estabilizando após uma semana brutal que viu uma venda implacável no mercado de títulos desencadear preocupações com o crescimento global”, disse o analista sênior da OANDA, Edward Moya, citado pela Reuters.
Enquanto isso, a inflação nos Estados Unidos continuou a afetar os gastos dos consumidores, incluindo os gastos com combustíveis, como observado em um relatório recente da Bloomberg sobre preços.
“A queda na demanda por gasolina não é surpreendente, à medida que a erosão da inflação nos orçamentos domésticos começa a se manifestar”, disse o analista do Mizuho Bank, Vishnu Varathan, ao comentar os dados mais recentes de consumo de gasolina nos EUA, que mostraram um enfraquecimento acentuado.
A EIA informou na quarta-feira que os estoques de gasolina haviam aumentado 6,5 milhões de barris na última semana de setembro, o que foi o maior acréscimo de estoques desde janeiro de 2022, segundo nota do ING, que também destacou que esta foi a semana mais fraca em termos de demanda por gasolina nos EUA desde o início dos anos 2000.
Mais oscilações acentuadas nos preços do petróleo podem ocorrer ainda hoje, após o Bureau of Labor Statistics divulgar o relatório de empregos de setembro. Se o mercado de trabalho continuar apertado, isso aumentaria as expectativas de mais aumentos nas taxas de juros, o que pressionaria ainda mais os preços do petróleo.
Na próxima semana, todas as atenções estarão voltadas para os dados mais recentes de inflação dos EUA e para as atualizações econômicas da China.
Com a mais recente reunião da OPEP+ agora concluída, as preocupações econômicas indubitavelmente se tornaram a principal preocupação dos traders, mesmo com o mercado permanecendo apertado.
Escrito por Irina Slav